segunda-feira, janeiro 09, 2006

Uma história com muitos fins.

Em cinquenta anos de vida, já é possível contar uma boa história, quanto mais não seja, dos anos que foram vividos e dos factos que foram presenciados ou simplesmente de casos que me contaram e que eu sempre acreditei, por fazerem parte do meu imaginário e acabando por serem aceites como autênticos.
Escrever um livro é um passo que eu nunca pensei dar, as pertensões também não são as de um aspirante a escritor, mas que gostaria de deixar aos que me são queridos, o testemunho das coisas que vivi na passagem por este planeta... isso eu gostava!
Não tenho traumas nem ressentimentos pela vida que vivi, e a média é sem dúvida positiva. Procuro escrever com autenticidade, como autêntico eu procurei sempre ser.
As histórias que por vezes são poemas, porque todo o poema contém uma história, podem citar nomes fictícios ou não, mas qualquer semelhança com factos ou pessoas não são coincidência, são mesmo realidade.
Entre a Beira-Alta e Lisboa, o Porto e Angola, os Açores e o Algarve ou o Minho e o Alentejo, foram milhares de kilómetros percorridos que me permitiram conhecer muita gente da mais diversa faixa etária e escala social. Todos foram importantes na minha vida, porque todos contribuiram para o conhecimento do mundo e dos homens. Uma grande parte já não lembro os rostos e outras já nem sei o nome, mas não é importante para poder falar delas e daquilo que nos uniu ou separou. Muitas vezes me disseram que só guardamos na nossa memória o que realmente tem importância para nós, nessa base, estou no caminho certo.

"Gostava de guardar os meus sentidos
numa caixa de ouro e de cristal
entre conchas do mar... búzios partidos...
pequenas coisas sem valor real."

1 Comments:

Blogger SilentFreak said...

Apraz-me muito ler-te neste espaço que realmente é acolhedor. Acolhedor por vários motivos; aqui respiro toda a vida que foi angariada nos quatro cantos deste país e mundo, vida essa que pensada através da tua sensibilidade toma contornos de mil e uma experiências relatadas e realçadas constituindo um imaginário autêntico, sincero, fraterno, divertido, e abrangente, que é o teu.
Mas ainda mais que isso, Tomás, gosto de te ler porque todo esse passado e experiência discorridos, são tratados e trabalhados como coisas actuais, existentes, e viventes hoje em dia, que o são.

Ainda bem que tens essa mentalidade, que alia a nostalgia, a poesia e a vida onde vivemos.

"(...)
De palavras não sei. Por isso canto/
em cada uma apenas outro tanto/
do que sinto por dentro quando as digo.

Palavra que me lavra. Alfaia escrava./
De mim próprio matéria bruta e brava /
--- expressão da multidão que está comigo." José Carlos Ary dos Santos

5:03 da tarde  

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